Olá, malta! É o Kino, e tenho uma história emocionante para partilhar com todos! Deixem-me contar-vos como é que eu passei de um cão de rua a viver uma boa vida na minha casa perfeita.
Então, imaginem isto: Eu era apenas um cachorrinho perdido a vaguear pelas ruas de Caldas da Rainha quando algumas pessoas simpáticas me apanharam e me levaram para um abrigo confortável chamado Rede Leonardo. Os voluntários que lá estavam eram de primeira qualidade e deram-me todo o amor e carinho.
Mas eu era um pouco tímido, por isso mantive distância dos potenciais adoptantes. Podem censurar-me? Já tinha passado por muita coisa, sabe?
Sou um cão bonito, por isso, apesar da minha timidez no início, uma família decidiu levar-me para casa para uma adoção experimental. Mas quando lá cheguei, estava tão cheio de medo que continuei a esconder-me deles. Por fim, eles tomaram a difícil decisão de me devolver ao abrigo.
Vivi na Rede Leonardo durante 18 meses, onde partilhei o meu espaço com um grupo de outros dois cães de resgate. E embora o nosso pequeno grupo estivesse sempre cheio de caudas a abanar e latidos brincalhões, havia também um lado agridoce. Sempre que um dos meus amigos peludos encontrava o seu lar permanente, o meu coração canino doía um pouco. É difícil ver os nossos amigos partir, mesmo quando sabemos que vão para uma vida nova e maravilhosa.
No início, afeiçoava-me muito a cada novo amigo, mas, com o tempo, aprendi a conter-me um pouco. Era a minha maneira de proteger o meu coração da tristeza de os ver partir. Não me interpretem mal, eu estava muito feliz por eles! Ver as suas caras felizes quando saíam pela porta com os seus novos humanos era como ver um conto de fadas a tornar-se realidade. Mas cada partida deixava um pequeno buraco em forma de pata no meu coração, lembrando-me dos amigos que tinha feito e perdido.
Estava sempre feliz por eles. Esperava que alguém viesse buscar-me.
Mas, um dia, o destino sorriu-me sob a forma de um casal encantador que procurava preencher um buraco em forma de cão nos seus corações. O seu cachorro Alvin tinha atravessado a ponte do arco-íris, os humanos tinham sofrido a sua perda e estavam prontos para abrir a sua casa a um novo amigo peludo. A minha grande entrada!
Enquanto os outros cães do abrigo saltavam de um lado para o outro como bolas de pelo enérgicas, eu fiquei para trás, na boa.
Desta vez, o casal perguntou à directora do abrigo, Ana Paula, se me podia conhecer. Eu estava uma desgraça! A Ana Paula pegou-me ao colo para me ajudar a acalmar. Depois virei a cabeça para olhar para a pessoa que me estava a estender a mão. Os nossos olhos encontraram-se, ela viu-me, viu-me mesmo! Os meus futuros humanos vieram mais duas vezes ao abrigo para passear comigo. Eu estava sempre muito nervoso. Tinha medo de estar a estragar tudo outra vez.
Após alguns passeios, era oficial – eu tinha encontrado a minha família para sempre. Quando entrei no carro deles, a minha amiga Terezina fez-me um carinho reconfortante. E, sem mais nem menos, os meus dias de cão de abrigo ficaram para trás, substituídos por massagens na barriga, caudas a abanar e amor sem fim.
Portanto, aí têm, pessoal – de um vadio desalinhado a um cão mimado com uma família amorosa, o meu percurso tem sido nada menos do que fantástico. Lembrem-se, todos os cães merecem uma oportunidade de ter um final feliz, e eu sou a prova viva de que os milagres acontecem.